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Euro-2024: Será Scamacca o herói que Spalletti e a Itália precisam?

Raffaele R. Riverso
Scamacca festeja o seu único golo pela seleção em Wembley
Scamacca festeja o seu único golo pela seleção em WembleyGLYN KIRK / AFP
O técnico da seleção italiana quer colocar o avançado da Atalanta no centro do ataque, convencido das suas qualidades, mas também do facto de que ele pode ser o parceiro ideal para Chiesa. Seguindo os passos de Gasperini, o treinador também está a tentar tirar o máximo partido de um jogador com qualidades indiscutíveis que, no entanto, nem sempre foi capaz de expressar.

A Itália é um país que ama os salvadores da pátria. Os heróis, mais ou menos esperados, que em algum momento da história mudam a sorte do país para melhor. Uma tendência que, como não podia deixar de ser, sempre encontrou terreno fértil também no mundo do futebol. Basta pensar naquele Paolo Rossi, convocado por Enzo Bearzot contra tudo e contra todos, apesar de ter sido castigado por apostas no futebol, que acabou por ser decisivo no Mundial de 1982.

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Pois bem, também este ano, ou melhor, sobretudo este ano, os adeptos italianos estão prontos a invocar o seu novo Garibaldi do futebol. E sim, porque a sensação - que não é apenas uma sensação - é que o nível da Itália está, no mínimo, um degrau abaixo do das equipas favoritas à vitória final do Euro-2024, que terá início no próximo dia 14 de junho, na Alemanha.

O calend
O calendFlashscore

É claro que, quando se ouve "Alemanha", se o contexto é o futebol, a mente recua para 2006 e para o herói menos esperado da história do futebol italiano: Fabio Grosso. Jogador que, no papel, em vésperas do Mundial então ganho pela seleção de Marcello Lippi, deveria ter desempenhado, na melhor das hipóteses, um papel de ajudante.

À espera de Gianluca

Bem, tendo em vista o torneio que para Itália começa no sábado, 15 de junho, contra a Albânia, um dos jogadores mais esperados é Gianluca Scamacca. Um verdadeiro paradoxo, considerando que o avançado da Atalanta não mostrou praticamente nada com a camisola da seleção.

Não que ele tenha feito alguma coisa nos clubes em que jogou. No entanto, as suas boas exibições com La Dea, incluindo a que protagonizou na final da Liga Europa contra o invicto Bayer Leverkusen, canalizaram para ele as ténues esperanças do povo italiano, que, nunca como neste caso, parece não saber a que santo se dedicar.

Um potencial campeão que, no entanto, pelo menos até agora, mereceu, no máximo, o rótulo de bom futebolista. E sim, porque, à espera de Godot, Scamacca já tem 25 anos e só marcou um golo pela seleção nacional, que nem sequer serviu para nada, tendo em conta que nesse dia (17 de outubro de 2023) Itália foi derrotada por Inglaterra em Wembley,

A cura de Gasperini

A cura de Gasperini, no entanto, pode ter feito maravilhas também no seu caso. De facto, a sua aventura em Bergamo não tinha começado bem. Prova disso são as repetidas exortações do seu próprio treinador, cansado de ver um jogador da sua qualidade contentar-se com o mínimo.

"Porque é que o critiquei? Respondi a uma pergunta. Ele tem de melhorar sobretudo em termos de dinamismo e de raio de ação. Se o conseguir fazer, o seu desempenho irá melhorar. Toda a gente conhece as suas qualidades", admitiu o treinador da Atalanta.

O que é certo é que, se Luciano Spalletti conseguir dar a Scamacca os mesmos estímulos com os quais Gasperini o fez crescer nos últimos meses, para Itália será uma alegria. Repetimos: a qualidade técnica nunca esteve em causa. O que lhe faltava era a capacidade de compreender a importância de ler corretamente o jogo e, ao mesmo tempo, de assumir a responsabilidade de carregar o peso da equipa nos seus ombros em momentos-chave.

Homem-chave

E é precisamente do último Scamacca visto em campo, aquele que é concentrado e altruísta, além de goleador (19 golos em 44 jogos disputados com a Atalanta), que Itália precisa para dar o salto de qualidade que lhe permitiria aproximar-se de FrançaInglaterra e Portugal. Em suma, um verdadeiro homem-chave.

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Os nFlashscore

Certamente, Spalletti está pronto para apostar nele, convencido das suas qualidades, mas também do facto de que ele poderia ser o parceiro ideal para Federico Chiesa. Resta saber se o avançado romano será capaz de merecer a confiança que o treinador italiano - mais por necessidade do que por vontade - está disposto a dar-lhe. E, quem sabe, no próximo dia 14 de julho (dia da final do Euro-2024), ele poderá ser o novo herói do futebol italiano.

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